O que é Alzheimer? Uma entrevista.

Geriatria

O que é Alzheimer? Uma entrevista.

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Minha entrevista para o gshow em 13/08/2025

Médica geriatra explica quadro de Rosa, personagem da novela Dona de Mim.

Letícia Barros Barreto fala sobre a doença que afeta a personagem da novela das 7 e milhões de brasileiros, especialmente, na terceira idade.

Na novela, a personagem vem tendo episódios de ausência de memória, que ficaram cada vez mais comuns após a perda de um filho. A condição da matriarca preocupa toda a família, que tenta mantê-la em segredo.

Mas o que é exatamente a doença de Alzheimer? Como ela se manifesta? É possível preveni-la? Há cura?

Para saber mais, o gshow conversou com a médica geriatra Letícia Barros Barreto, que explicou melhor esse problema que afeta tantos brasileiros, especialmente na terceira idade.

“A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa cerebral irreversível, que compromete progressivamente a memória e outras funções cognitivas, sendo a causa mais comum de demência em pessoas idosas, com impacto significativo na autonomia e funcionalidade”, afirma a doutora Letícia.

Segundo ela, a doença de Alzheimer é mais comum em pessoas com predisposição genética, mas fatores ambientais e hábitos de vida também têm impacto importante em seu aparecimento. Portanto, intervenções nesses fatores poderiam reduzir o risco de desenvolvimento da doença.

“Existem 14 fatores de risco que são modificáveis, como sedentarismo, tabagismo e obesidade. A intervenção e controle desses fatores leva a menor dano vascular, estresse e inflamação, com manutenção da reserva cognitiva e cerebral. Quase metade das demências, portanto, poderia ser prevenida, teoricamente, com a eliminação desses fatores de risco, o que nos traz esperança.”

A médica, no entanto, lembra que não há cura para a doença, embora existam tratamentos que podem melhorar alguns sintomas da doença e retardar a progressão até certo ponto.

“Não há cura disponível atualmente, e a doença progride inevitavelmente em todos os pacientes. Mas existem os inibidores da colinesterase e a memantina, que são os medicamentos disponíveis para o tratamento de sintomas cognitivos”, diz ela.

Letícia Barros Barreto diz também que, apesar de não haver cura, é possível que o paciente tenha uma vida digna com a doença. E que isso vai estar necessariamente relacionado ao ambiente em que a pessoa está inserida.

“O foco deve ser o bem-estar, com manutenção da autonomia e funcionalidade, além do conforto e qualidade de vida do paciente. É fundamental ter uma rotina diária estruturada, o que traz segurança e reduz a confusão mental e desorientação. O paciente deve ser estimulado a se engajar em pequenas atividades da casa. O ambiente doméstico deve ser seguro. É importante promover atividades que estimulem a mente e as emoções, como música, leitura, pintura e terapia ocupacional, por exemplo. Deve-se evitar o isolamento, sendo importante a socialização da pessoa com Alzheimer, com inclusão nas interações familiares e sociais.”

 

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